Confira as 7 principais ferramentas de qualidade para uma empresa


Elisângela Dias
Elisângela Dias
Gestora de Recursos Humanos

As ferramentas da qualidade são utilizadas na hora de encontrar soluções para os problemas que prejudicam a performance das empresas.

Estas são ferramentas que fazem uso de dados concretos e objetivos, diminuindo os erros e ampliando as possibilidades de sucesso das organizações. Confira a seguir, as 7 principais ferramentas da qualidade.

1. Fluxograma

Com o objetivo de representar graficamente as fases de um processo e suas relações, o fluxograma possibilita identificar os pontos onde decisões precisam ser tomadas. Além disso, ele indica as entradas e saídas de materiais e serviços.

Com símbolos de fácil entendimento para cada fase, o fluxograma é amplamente utilizado para facilitar a compreensão de um processo em sua totalidade.

Exemplo de Fluxograma

Ao pensar em ensinar a ideia do fluxograma para a sua equipe, o supervisor de recursos humanos criou um diagrama simples com os elementos básicos para servir de exemplo inicial.

Fluxograma

2. Carta de controle

Também conhecido como gráfico de controle, a carta de controle foi criada pelo estatístico norte-americano Walter Shewhart em 1924.

O objetivo é ajustar variações que podem ocorrer em um determinado processo ao longo do tempo. O gráfico apresenta a média e o desvio-padrão.

Exemplo de Carta de Controle

Um gerente de qualidade de uma linha de produção de rações para cães decidiu avaliar a variação de peso dos sacos de 15kg.

Item
Peso
Média
Saco 1 15,2 15,02
Saco 2 15,3 15,02
Saco 3 14,8 15,02
Saco 4 15,1 15,02
Saco 5 15,3 15,02
Saco 6 14,5 15,02
Saco 7 15,2 15,02
Saco 8 15,3 15,02
Saco 9 14,6 15,02
Saco 10 14,9 15,02

De posse destes dados, o gerente de qualidade calculou o desvio padrão de 0,3011. Com este valor em mãos, ele foi capaz de determinar o limite inferior e o limite superior de controle.

Estes são calculados a partir da média, somando três vezes o desvio padrão para o limite superior; diminuindo da média; três vezes o valor do desvio padrão para o limite inferior.

Desta maneira. o limite superior é de 15,92, e o limite inferior é de 14,12. O gráfico final da carta de controle ficou assim:

carta de controle

3. Diagrama de Ishikawa

Também conhecido pelos nomes de diagrama de causa e efeito ou espinha de peixe, o diagrama de Ishikawa foi idealizado por Kaoru Ishikawa em 1943, um engenheiro de controle de qualidade japonês.

O objetivo do Diagrama de Ishikawa é representar as relações entre causas e efeitos das partes de um determinado processo. É uma ótima ferramenta para levantar todas as possíveis causas que podem afetar um resultado indesejado.

Exemplo de Diagrama de Ishikawa

À procura de descobrir as causas para explicar o aumento do tempo das tarefas no desenvolvimento de um sistema, o departamento de recursos humanos convocou uma reunião de acompanhamento.

No final, uma tabela foi produzida com os principais tipos de causas.

Tipo
Causa
Equipamento Computadores antigos
Treinamento Duas pessoas da equipe não dominam a tecnologia
Obras Conserto de vazamento interrompeu os trabalhos
Licenciamento Aquisição de licenças de software desatualizado

Através destes dados, criaram o Diagrama de Ishikawa demonstrando as principais causas e efeitos.

diagrama de ishikawa

4. Folha de verificação

A folha de verificação também é conhecida como checklist. O objetivo é verificar que todas as fases ou elementos de uma lista programada foram executadas de acordo com o previsto.

A sua simplicidade faz deste documento uma ferramenta de fácil acesso, servindo ao propósito de evitar falhas.

Exemplo de Folha de Verificação

Ao notar que a equipe de manutenção de redes cometia muitos erros, o gerente do departamento decidiu criar uma folha de verificação. O documento continha os passos para o trabalho com os clientes. Assim, criou a tabela:

Item
Descrição
OK?
1 Identificar o problema
2 Recriar a falha
3 Isolar a causa
4 Formular plano de solução
5 Testar a solução
6 Documentar os passos
7 Comunicar ao cliente

5. Histograma

O objetivo do histograma é atestar a distribuição de uma determinada amostra de dados, verificando sua frequência. Por causa desta função, ele também é conhecido como gráfico de distribuição de frequências.

O histograma ajuda no entendimento de casos onde existam variáveis quantitativas (peso, largura, comprimento, etc.), que necessitam de medição para verificar a ocorrência de produtos fora dos padrões de conformidade.

Exemplo de Histograma

Imagine que foi realizada uma pesquisa de clima organizacional em uma empresa, onde os colaboradores foram questionados o quanto estavam satisfeitos com o ambiente de trabalho.

Durante uma semana, foram respondidos questionários onde deveria se dar uma nota de 1 a 5, sendo 1 a pior avaliação e 5 a melhor possível. Foi criada uma tabela para anotar a frequência com que cada nota ocorreu entre os 100 funcionários.

Nota
Frequência
1 15
2 25
3 20
4 10
5 30

Assim, foi criado o histograma de satisfação no ambiente organizacional, exemplificado a seguir:

Histograma

6. Diagrama de Dispersão

O objetivo do diagrama de dispersão é evitar problemas de produção ao identificar relações de causa e efeito entre duas variáveis quantitativas.

O diagrama também mede o nível de intensidade do relacionamento entre as duas variáveis, classificando-a como forte ou fraca.

Exemplo de Diagrama de dispersão

Considere que uma empresa decidiu investigar se o nível de satisfação dos funcionários estava relacionado com o tempo de trabalho na empresa.

Em outras palavras, a intenção era avaliar qual era a correlação entre a satisfação (variável dependente, efeito ou consequência) e o tempo de trabalho (variável independente, causa).

O resultado da pesquisa iria mostrar se a correlação entre as variáveis era positiva (quando as duas variáveis aumentam juntas), ou negativa (quando o aumento de uma diminui a outra).

Desta forma, foi solicitado que fosse respondido um questionário onde era informado o tempo de trabalho e o nível geral de satisfação, de 1 a 5.

A partir dos resultados, foi gerada a seguinte tabela:

Funcionário
Tempo
Satisfação
1 até 1 ano 4
2 até 1 ano 5
3 até 1 ano 4
4 1 - 2 anos 4
5 1 - 2 anos 3
6 1 - 2 anos 4
7 2 - 3 anos 3
8 2 - 3 anos 4
9 2 - 3 anos 4
10 3 - 4 anos 2
11 3 - 4 anos 4
12 3 - 4 anos 2
13 4 ou mais 1
14 4 ou mais 2
15 4 ou mais 2

Com os dados coletados, o departamento de recursos humanos descobriu que existe uma correlação negativa entre o tempo de permanência do funcionário na empresa e sua insatisfação.

Diagrama de dispersão

7. Diagrama de Pareto

De acordo com os estudos do economista italiano Vilfredo Pareto, na maioria dos fenômenos, 80% dos efeitos tem sua origem em 20% das causas.

Assim sendo, é possível priorizar os efeitos com o maior número de ocorrência. Por causa deste enunciado, o Diagrama de Pareto também é conhecido como diagrama 80/20.

Segundo a lei de Pareto, 80% da receita de uma empresa é gerada por 20% dos clientes. Na prática, os números podem variar um pouco (75/25 ou 85/15), mas raramente escapa desta proporção.

Exemplo de Diagrama de Pareto

O departamento de recursos humanos de uma empresa elaborou uma pesquisa para identificar as principais causas de insatisfação dos funcionários. Então, foi preparado um questionário onde estavam listadas possíveis causas da insatisfação.

Causa
Percentual
Acumulado
As condições físicas de trabalho não são adequadas 15 15
Falta de cooperação dos outros colaboradores 45 60
Falta de reconhecimento 20 80
Dificuldade de relacionamento com a chefia 10 90
Impossibilidade de crescimento profissional 10 100

diagrama de pareto

A partir dos dados, foi criado o gráfico que demonstra: a falta de cooperação entre os colaboradores é o maior motivo de insatisfação.

Conclusão: 7 principais ferramentas de qualidade

Com estes exemplos, esperamos que você tenha ficado com uma ideia básica sobre as possibilidades de aplicação de cada uma das ferramentas de qualidade. Se é o seu primeiro contato com o assunto, saiba que existem outras ferramentas.

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Elisângela Dias
Elisângela Dias
Graduada em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Estácio de Sá em 2004. Pós graduada em Gestão de Projetos pela Universidade Cândido Mendes em 2007.