Plano de Carreira: um guia completo para aprender a criar o seu!


Elisângela Dias
Elisângela Dias
Gestora de Recursos Humanos

Um plano de carreira é uma forma estruturada de pensar e planejar sua vida profissional. A tendência atual é que o profissional não fique muito tempo na mesma empresa. Isso aumenta a importância de elaborar um plano de carreira individual.

O autoconhecimento define o sucesso na criação de um bom plano de carreira. Com pouco autoconhecimento, corre-se o risco de se deixar seduzir por metas não adequadas ao seu perfil de personalidade, por exemplo.

1. Conheça bem os seus valores

conhecer seus valores
Conhecer seus valores é fundamental para criar um bom plano de carreira

Comece por mapear quais são os 3 principais valores que você considera importantes e que servem de guia para a sua vida. De nada adianta se imaginar ocupando posições profissionais que possam ser apelativas se elas não estiverem alinhadas com seus valores.

Como exemplo de valores, podemos listar:

  • Autocontrole
  • Bondade
  • Bravura
  • Caridade
  • Dignidade
  • Dinamismo
  • Entusiasmo
  • Equilíbrio
  • Força
  • Flexibilidade
  • Generosidade
  • Honra
  • Humildade
  • Imaginação
  • Independência
  • Justiça
  • Lealdade
  • Ousadia
  • Paixão
  • Resistência
  • Segurança

Procure marcar aqueles valores que tiverem maior ressonância com a sua essência. Sinta-se livre para incluir na lista outros valores que façam sentido para você no momento atual.

2. Faça uma lista de suas principais competências

As competências são o conjunto de comportamentos, habilidades e conhecimentos que você utiliza como profissional para realizar suas funções e ser bem-sucedido. Elas podem ser competências técnicas ou comportamentais.

As competências técnicas (hard skills) são aquelas adquiridas por meios de cursos, treinamentos, livros, workshops, palestras, etc.

Já as competências comportamentais (soft skills) são aquelas adquiridas pela vivência da pessoa, de acordo com o nível de autoconhecimento do indivíduo.

Na maioria das vezes, são através das competências comportamentais que se conquistam as promoções e os saltos na carreira.

Como exemplos de competências comportamentais, podemos destacar:

  • Empatia
  • Inteligência emocional
  • Proatividade
  • Automotivação
  • Confiança
  • Comunicação
  • Criatividade
  • Flexibilidade
  • Resiliência
  • Bom humor

Analise as competências que você já possui. E pesquise por outras competências comportamentais que possam ser adicionadas à lista.

Avalie ainda quais são as competências em que você tem maior dificuldade, e que seriam relevantes para o seu plano de carreira. Essa lista servirá de guia para o que você deve desenvolver daqui para frente.

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3. Descubra o seu estilo de liderança

Mesmo que você nunca tenha ocupado um cargo de liderança, é comum que com o passar do tempo as posições de liderança se tornem opções viáveis.

Portanto, é importante que você conheça desde já aspectos de sua personalidade que podem viabilizar um determinado tipo de liderança.

Abaixo, selecionamos alguns tipos de líderes:

Colaborador

Leva em conta as necessidades da equipe em primeiro lugar. Tem gosto por apoiar e desenvolver os integrantes e costuma compartilhar o crédito dos objetivos alcançados.

Suas características mais marcantes são a empatia, a solidariedade e a generosidade. Seu ponto fraco está na dificuldade de se posicionar diante de questões conflituosas. Assim, eles podem ter dificuldade em dizer "não" quando necessário.

Precavido

Você é um líder que gosta de aprofundar sua experiência antes de tomar decisões. Sua felicidade ocorre quando possui tempo e espaço para ponderar sobre as situações e, assim, conseguir prever cenários negativos, agindo sempre com cautela.

Seu ponto fraco está em privilegiar argumentos intelectuais e negligenciar indicadores emocionais.

Produtor

Você gosta de trabalhar focado em tarefas e resultados. Seu pensamento é, na maior parte do tempo, linear. Suas atitudes são baseadas no forte ética de trabalho que valoriza o trabalho duro, a integridade e a consistência.

Ao trabalhar com equipes, prefere que os integrantes sigam abordagens comprovadas que funcionam. Seu ponto fraco reside na dificuldade de incorporar novas perspectivas e correr riscos.

Compositor

Possui grande criatividade e confia na própria intuição, ao mesmo tempo em que é capaz de utilizar o raciocínio lógico. Gosta de estabelecer limites claros em termos de quando e como trabalhar com os outros colaboradores.

Apesar de sua boa capacidade de liderança, ainda prefere trabalhar de maneira independente. Seu ponto fraco está na dificuldade de confiar nos outros colaboradores e nas suas respectivas contribuições.

Energizador

Tem grande facilidade para criar visões estratégicas. Também é um grande gerador de energia, motivando e atraindo pessoas para o seu redor. Gera entusiasmo e consegue inspirar os colaboradores a darem o seu melhor em termos de desempenho.

Sua forma de liderança é considerada positiva e cooperativa. Seu ponto fraco está na dificuldade em valorizar opiniões diferentes da sua, característica que pode quase passar despercebida por causa do seu alto nível energético.

4. Estabeleça metas para o plano de carreira

Metas e objetivos para a carreira
Só é possível medir o seu plano de carreira após estabelecer metas e objetivos

Procure traçar uma evolução que seria sustentável para sua carreira. Sempre se mantendo alinhado aos seus valores, levando em conta suas competências e mantendo sua atenção nos pontos fortes e fracos do seu estilo de liderança.

Além disso, procure pensar no seu plano de carreira em termos de progressões horizontais e verticais.

Progressão horizontal

Ocorre através de um aumento de salário, sem alteração do cargo. Os critérios variam de uma empresa para outra. A forma mais comum é por meio de avaliação de desempenho periódica, feita por um profissional de recursos humanos.

Progressão vertical

Dependendo da empresa, isso pode ocorrer quando o colaborador realizou cursos relacionados diretamente com a atividade que exerce. Assim, ele se torna capaz de ocupar um cargo de maior responsabilidade.

Pode ocorrer também por tempo de serviço ou simples reconhecimento do potencial do colaborador.

Leve em conta que muitas empresas não possuem um plano de carreira estruturado. Por isso, é importante que você trace o seu. Assim, você saberá o momento de mudar de empresa, caso a que está não ofereça oportunidades de crescimento.

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5. Crie projeções para 5 e 10 anos

Por último, integre toda a informação dos passos anteriores em projeções para, no mínimo, 5 e 10 anos.

Exemplo de plano de carreira para assistente administrativo

João começou a trabalhar na empresa ABC como assistente administrativo júnior. A responsável pelos recursos humanos apresentou a possibilidade de progressão para assistente administrativo pleno e sênior, conforme seu trabalho fosse avaliado a cada seis meses.

Segurança, tranquilidade e equilíbrio estão entre os valores principais que norteiam a vida de João.

Ao realizar o seu inventário de competências, ele constatou que proatividade, automotivação e a confiança são as suas melhores competências comportamentais. Notou ainda que precisava melhorar a comunicação, vencendo sua dificuldade de falar em público.

Além disso, ele identificou o seu estilo de liderança como colaborador. Assim, João elaborou seu plano de carreira da seguinte forma:

  • Após 5 anos, quando tivesse concluído o curso superior em Gestão Financeira, deveria ter obtido pelo menos duas progressões horizontais. E uma progressão vertical depois de 4 anos, ocupando o cargo de assistente administrativo pleno por 1 ano.
  • Para a projeção de 10 anos, João planejou que, após concluir o seu curso superior, estaria cursando uma pós-graduação em Finanças.
  • Ao mesmo tempo, após 6 anos de empresa, deveria ocupar o cargo de assistente administrativo sênior. Com 8 anos de empresa e a pós-graduação concluída, buscaria ser promovido à analista administrativo financeiro.

Ficou claro para João que, a cada dois anos, ele deveria avaliar se a empresa estava correspondendo suas expectativas. Caso contrário, poderia pensar em buscar novos desafios.

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Elisângela Dias
Elisângela Dias
Graduada em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Estácio de Sá em 2004. Pós graduada em Gestão de Projetos pela Universidade Cândido Mendes em 2007.